SATYA
“Satya significa acção da mente e uso das palavras com o espírito de proporcionar o bem-estar social. Não há sinónimo em português. A palavra “verdadeiro” ou “verdade” seria traduzida em sânscrito como: “Rta“(afirmar um facto). O Sádhaká não é solicitado a seguir o caminho de “Rta“. Ele deve praticar Satya. O aspecto práctico de Satya é Parama Brahma, a Suprema Entidade Espiritual. Eis porque, frequentemente, Brahma é chamado de “Essência de Satya“.
Mesmo que o objectivo do Sádhaká seja alcançar essa Entidade Suprema, enquanto se esforça para alcançá-la, deve lidar com a relatividade do ambiente. O homem é um ser racional, ele possui em diversos níveis, a capacidade de fazer o que é necessário ou o que é bom para a humanidade. No reino da espiritualidade, tal pensamento, palavra ou acção é definido como Satya.
Por exemplo, uma pessoa recorre a você para refugiar-se e você não sabe se ela é culpada ou inocente, ou não tem dúvida em relação à sua inocência. Ela é perseguida por um malfeitor que quer maltratá-la. Se esta pessoa aterrorizada procurasse refúgio em sua casa e o desordeiro perguntasse onde ela se encontrava, o que você faria?
Aderindo a “Rta“, ou verdade, você deveria informá-lo do paradeiro da pessoa. Caso houvesse homicídio, não seria correcto considerá-lo responsável pelo mesmo? Poderia ser que o seu erro resultasse na morte de um inocente. Aderindo a “Rta“, você se tornaria indirectamente culpado por um crime abominável. Mas qual deveria ser o seu dever para que Satya fosse interpretado correctamente? O seu dever seria o de não informar sobre o paradeiro da pessoa e despistar o agressor em benefício do refugiado, para que este pudesse ir embora com segurança.”
Fonte: “Um Guia para a Conduta Humana”, de Shrii Shrii Anandamurti.