De acordo com o Yoga tudo neste universo é uma expressão de uma Consciência infinita.
À medida que a mente humana se aproxima da realização deste princípio fundamental ela é preenchida por um sentimento de bem-aventurança ilimitado.
Esta alegria interior deriva de algum tipo de contacto com a realidade espiritual e é chamada “ananda” em Sânscrito. Ela está presente nos santos e pessoas elevadas de qualquer caminho espiritual. E até em pessoas que não têm conscientemente nenhuma prática espiritual.
A realização da essência espiritual no ser humano tem vários graus.
É como uma garrafa a boiar num oceano de Consciência infinita. O ser humano é como essa garrafa. Com o balouçar das ondas pode entrar alguma bem-aventurança na garrafa! Pode entrar mais e mais
bem-aventurança. Quando a garrafa está cheia é o que se chama iluminação, ou “mukti” en Sânscrito. Quando o ser humano funde definitivamente a sua existência individual no oceano de Consciência
chama-se “moksa” em Sânscrito. Nessa altura a garrafa deixa de ser necessária.
Independentemente do caminho seguido a abordagem espiritual humana é sempre a mesma: converter energia física em energia psíquica e dirigir essa energia psíquica para a meta espiritual.
A concepção da meta espiritual e o processo utilizado para a atingir não são irrelevantes.
Se quisermos atirar uma pedra para um lago dois factores são importantes: a pontaria e a força.
A prática espiritual é semelhante.
Se a pontaria não for certa a pedra pode ir parar a outro lugar. Se a força com que a pedra é arremessada for insuficiente podem ser precisos muitos arremessos sucessivos. Ou seja, o processo pode ser feito ao longo de milhares de anos, em reencarnações sucessivas.
Da mesma forma na prática espiritual dois factores são essenciais: uma clara concepção da meta espiritual e uma prática que projecte o praticante na direcção da meta.
Portanto o caminho espiritual deve dar ao praticante uma imagem clara e correcta da direcção da meta. Essa concepção psíquica da meta espiritual não é a meta em si, mas é essencial para enquadrar a prática até o aspirante atingir a realização.
Por outro lado técnicas adequadas de concentração e meditação são essenciais para acelerar o processo. A razão é que a mente humana corre naturalmente atrás de inúmeros objectos materiais e psíquicos.
Para que a mente possa ser controlada de forma adequada é fulcral a utilização de práticas adequadas. Essas práticas devem permitir acalmar a actividade constante da mente e mobilizar a energa vital do ser humano para a prática espiritual. Isto é fulcral para dar velocidade ao movimento do aspirante.
Por causa destes dois factores diferentes práticas espirituais têm resultados diferentes no ser humano. A essência do ser humano permaneçe a mesma. O que varia é o grau de ligação ou a velocidade com
que essa ligação é estabelecida.
Não se pode dizer que as pessoas que seguem um caminho são mais elevadas que as de outro. Há muitos factores envolvidos. Uma procura sincera, humildade e devoção são essenciais.
Acima de tudo, numa perspectiva colectiva, todos os seres humanos são irmãos e irmãs. E todas as práticas espirituais que têm por objectivo a sua elevação em harmonia com o universo devem ser respeitadas. A abordagem deve ser encontrar pontos comuns entre as diferentes
práticas e tradições e reforçar esses pontos. A maioria dos caminhos espirituais tem em comum o culto de um sentimento profundo de amor por toda a criação e o zelo pelo bem-estar universal.
Na perspectiva individual cada um tem de escolher como quer atirar a sua pedra para o lago. É aí que começa a sua jornada. A prática de yoga apresenta uma abordagem universal de expansão mental e técnicas de concentração profundas que mergulham a mente do praticante no lago da sua verdadeira Essência.